Por que adoecemos?

Por que adoecemos?

Diante de uma doença, uma dor, precisamos questionar o porquê do corpo estar expressando isso. Quem é o dono dessa dor?

A doença é uma emergência de um ser único e complexo, sem padronizações. O nosso organismo é um sistema complexo e aberto, com capacidade de autorregulação. O sistema nervoso neurovegetativo, que leva informações, funciona como uma rede que interliga o ser humano com o todo. Nós interagimos o tempo todo com o ambiente, com o alimento, com a natureza, com as pessoas. Nós somos o ambiente que vivemos.

Essa regulação, que já vem com cada pessoa, é única. Cada um tem um jeito de viver, que é o seu jeito. Só que algumas formas de levar a vida bloqueiam a capacidade de se autocurar e isso pode ocorrer por erros alimentares, estresse descompensado, insônia, envelhecimento, problemas dentários, doenças, medicações, intoxicações crônicas por metais, problemas emocionais, falta de exercício físico ou pela falta de descanso. Alguns hábitos não tão bons fazem com que adoeçamos mais.

Lembramos que o sintoma pode ser igual, mas a pessoa é diferente, tem uma história de vida exclusiva, só dela. Existem diferentes formas de reagir diante de uma mesma situação. O grande problema não é o estresse em si, mas como reagimos diante dele. Sabemos que o estresse crônico muda o metabolismo do nosso organismo por completo, alterando neurotransmissores e hormônios. Nós, seres humanos, temos uma capacidade de adaptação enorme, na grande maioria das vezes, com um alto custo biológico, que pode levar ao desenvolvimento de inúmeros desequilíbrios e doenças.

A memória do homem é frágil, mas o sistema nervoso neurovegetativo não esquece nada. Toda informação que chega fica gravada na memória das células, de forma inconsciente. O sistema nervoso funciona como uma rede e, quando recebe um estímulo, permite a transmissão de informações no corpo todo. Esse estímulo pode ser por meio da alimentação nutritiva que descongestiona o sistema todo e faz com que o organismo se reequilibre.

Para viver mais e melhor, o segredo é o equilíbrio: descanse mais, coma menos, mexa-se mais, cultive pensamentos altruístas. Dê um passo de cada vez para ir mais longe!

 

Como buscar o reequilíbrio:

– meditando diariamente

– cuidando dos pensamentos

– comendo melhor

– ingerindo mais água

– respirando corretamente

– exercitando-se

“Mindful eating” – Comer consciente e com atenção

“Mindful eating” – Comer consciente e com atenção

Para falar de “Mindful Eating” precisamos definir Mindfulness (traduzido em português como atenção plena). Trata-se de vivenciar o momento presente. O “Mindful Eating” consiste em trazer a consciência para tudo o que envolve o comer: porque comemos, como comemos e ainda porque paramos de comer.

Ao olhar para nossa alimentação, hoje, podemos nos perguntar: Já aconteceu de você terminar uma refeição e nem perceber o que comeu? Você consegue lembrar do sabor da sua última refeição? Você já almoçou ou jantou vidrado no celular ou na televisão e nem percebeu o quanto comeu? Você mastiga o alimento, sente a textura, degusta-o verdadeiramente?

Comemos sem pensar se estamos com fome ou se é vontade de comer. Normalmente, esse hábito vem acompanhado de ansiedade. Muitas vezes, nos alimentamos “no piloto automático”, jogando comida para dentro sem pensar nas consequências, apenas para compensar um dia ruim, a falta de tempo, uma situação estressante, carência e outras questões, em geral, inconscientes.

Se não tiver tempo para comer, faça jejum. Comer rápido é um péssimo hábito, desencadeia inúmeras reações no metabolismo, atrapalha a digestão, fermenta, gera gases e logo vai sentir fome novamente. Comer consciente é estabelecer uma conversa com o alimento. Observar o que está comendo e como o alimento dialoga com você, desenvolvendo a consciência dos sinais internos.

Quando está ansioso, ou tem uma prova, ou uma promoção ou vai pegar um voo, ou tem uma decisão importante para ser tomada, observe o que o corpo pede, doce ou salgado? Só um pedacinho sacia ou não? Tem ataques de compulsão? Ocorreu alguma situação que chateou anteriormente? Ao questionar ou olhar atentamente para o organismo, melhoramos a autopercepção e, com isso, temos capacidade de fazer escolhas melhores e saudáveis.

Quer um exemplo para praticar? Pegue uma fruta e a explore com seus cinco sentidos: veja suas cores e seu formato, sinta seu cheiro, toque-a para sentir a textura, seu peso e temperatura. Depois, ao leva-la a boca, mastigue devagar, não engula rapidamente, permita-se um tempo para explorar todos os sabores. Depois, reflita e reconheça como seu corpo reage à experiência.

Mindful Eating não é uma dieta, não defende nenhum padrão alimentar. Em Mindful Eating focamos na consciência do momento presente, percebendo a experiência atual, desejos, fome física e saciedade. O objetivo não é apenas comer com atenção plena, mas cultivar a atenção ao comer transformando o comportamento alimentar a seu favor. É um processo, um treino diário. Experimente, a partir de hoje, você também!

Açúcar e envelhecimento da pele

Açúcar e envelhecimento da pele

Quem quer ter uma pele saudável e jovem precisa se preocupar com o que come e, principalmente, com os hábitos de vida que tem. A pele é o órgão mais extenso do corpo humano e está exposta a todos os tipos de agressões internas e externas.

O envelhecimento é um fenômeno natural que está relacionado com a diminuição do metabolismo das células e com o encurtamento dos telômeros. Esses são complexos DNA-proteína encontrados nas extremidades dos cromossomos e a função é proteger contra a degradação. Além dos telômeros, as células que dão sustentação à pele podem sofrer mutações pela ação dos raios ultravioletas, do cigarro e do excesso de açúcar presente na alimentação.

O açúcar é um dos vilões da alimentação moderna. Além de engordar, acelera o envelhecimento da pele. Quando a ingestão de alimentos açucarados é frequente, gera no organismo a glicação, uma reação que ocorre entre a molécula de açúcar e as proteínas, levando à formação dos AGEs (produtos de glicação avançada), um complexo rígido, que se adere à superfície das células, deixando-as caramelizadas.

Os AGES são verdadeiras fábricas de radicais livres, que, com o tempo, acumulam-se no organismo, deixando a pele desvitalizada, envelhecida. Todo esse processo é considerado uma inflamação e não é só a pele que sofre os danos, mas o corpo todo. Na pele, observamos perda da elasticidade, flacidez e formação de rugas.

Os principais inimigos da pele são o excesso de sol, cigarro, noites mal dormidas e o açúcar (branco, refinado, presentes nos alimentos, em sucos artificiais, refrigerantes, embutidos).

Dicas para quem ama tudo que é doce e quer ter pele saudável:

– Diminua a ingestão de açúcar branco, começando pelo café e o chá.

– O açúcar demerara e o mascavo contém mais vitaminas e nutrientes, como ferro, magnésio, fósforo. Mas, lembre-se: é tudo açúcar!

– Cuidado com produtos industrializados (a maioria tem açúcar escondido, sem nada constar no rótulo).

– O segredo é o bom senso, um docinho de vez em quando tudo bem, porém, é preciso ter cuidado com o consumo diário.

– Se quiser ter boa aparência, um lindo cartão de visita (rosto) cuide com os excessos. A pele mostra o que acontece internamente.

Estresse: um mal silencioso

Estresse: um mal silencioso

Cada dia temos mais atividades, compromissos e situações que nos preocupam. Fazemos tudo no automático, nem percebemos que estamos sob tensão ou estresse e é aí que mora o perigo. Estamos tão acostumados com as preocupações que achamos que é normal. Fisiologicamente, porém, são mobilizadas inúmeras substâncias e hormônios com o objetivo de manter o equilíbrio.

O estresse é fisiológico e vital. Mas, quando se torna crônico, ativa a cascata de inflamação, desencadeando alterações no metabolismo como um todo, deixando-nos mais vulneráveis a infecções de repetição, insônia, aumento de peso, problemas alérgicos e digestivos, maior acúmulo de gordura abdominal. A lista dos estragos é longa.

Por isso, vale entender o que acontece diante de uma situação de estresse, em resposta a ele. A glândula suprarrenal libera o cortisol e a adrenalina e o corpo se prepara como se fosse para uma “luta”. A primeira reação acontece nos músculos, que se ativam e ficam tensos, as pupilas dilatam, a digestão fica lenta, transpiramos mais, as mãos ficam frias, os batimentos cardíacos, a pressão sanguínea e a frequência de respiração aumentam a fim de transportar nutrientes e oxigênio em volumes maiores.

Diante de estressores repetitivos podemos até nos sentir bem, mas com um custo biológico muito alto, até chegar um momento que o equilíbrio será exaurido, surgindo disfunções e doenças. As enormes quantidades de hormônios liberados nesse processo poderão fazer uma verdadeira bagunça em algum lugar do corpo. Podem desregular o eixo hormonal (com queda dos hormônios sexuais) e podem surgir dermatites, alergias e intolerância alimentares. O cortisol (um dos hormônios relacionados com o estresse), quando alterado, pode mexer no metabolismo do açúcar, elevando a glicemia com liberação de insulina. Esse quadro de resistência à insulina pode favorecer o acúmulo de gordura visceral (aquela que fica entre os órgãos), contribuindo para a obesidade e o diabetes.

Dormir, mas não descansar, comer mal, não se exercitar, não ter momentos de lazer, ser impaciente, explodir por qualquer coisa, sofrer com TPM durante o mês todo, ter cansaço que não melhora, pressão arterial oscilando, coração acelerado, calorão sem estar na menopausa, transpirar mais do que o normal, não conseguir emagrecer, vivenciar lapsos de memória, perder a energia, trabalhar até tarde todas as noites, ter o pensamento acelerado e vontade louca de consumir carboidrato e doce. Os sintomas são muitos.

Não identificar situações que geram o estresse é muito maléfico para a nossa saúde. Chega uma hora em que precisamos parar, observar e analisar a vida, o que vale a pena, o que é essencial. Quem se olha, percebe-se e se cuida adoece menos!

Como gerenciar o estresse de forma positiva

Como gerenciar o estresse de forma positiva

Quando nos defrontamos com uma situação difícil, nosso corpo reage de diversas formas. Como se estivesse nos preparando para lutar ou fugir, esse mecanismo mobiliza no corpo uma cascata de hormônios e substâncias para nos manter em equilíbrio. O grande desafio é que, normalmente, não conseguimos desligar a reação ao estresse tão facilmente como a acionamos. Com o tempo, a repetição desse processo nos faz adoecer.

O que fazer?

– Tente controlar situações do momento presente. Não tente controlar coisas passadas, nem fatos incontroláveis do futuro.

– Encontre uma válvula de escape para suas frustrações: pode ser a prática de algum esporte, um passeio com o cachorro, ouvir uma música boa, cantar no chuveiro, um banho quente, uma massagem, Reiki, um chocolate amargo.

– Conecte-se com Deus. Isso nos dá força e confiança.

– Compartilhe suas dificuldades com alguém (marido, uma amiga, com o médico, com o psicólogo, padre ou pastor). Muitas vezes, o ato de falar com alguém é libertador.

– Experimente mudar a forma como vê o mundo. Quando você olhar para um jardim pode achá-lo lindo e o seu amigo pode não gostar de flores amarelas. Tente enxergar o lado positivo da vida. Com pequenas mudanças no seu padrão mental, você cria novas conexões neurais (no cérebro) e a sua fisiologia muda. Tente.

– Agradeça ao acordar, pela vida, pela saúde, pela família, pelo trabalho. Estas questões podem não ser perfeitas, no entanto, é a sua realidade neste momento. Aceite-a e agradeça.

– Não leve nada para o lado pessoal. Isso faz você perder energia.

– Não se deixe dominar por pequenas preocupações. Amanhã, estará tudo resolvido, só vai ficar a gastrite. Se existe o problema, é porque tem solução, “de cabeça quente” não temos clareza mental para resolver conflitos.

– Durma mais cedo e busque relaxar para que o sono seja reparador. Mantenha o quarto escuro para que a melatonina (indutor natural do sono) seja liberada.

– Pratique exercícios físicos regularmente (pedale, caminhe, faça musculação, yoga, dança).

– Diminua o café, substitua pelo café descafeinado ou prefira chás naturais.

– Busque se alimentar melhor, evite alimentos com capacidade inflamatória como derivados de farinha de trigo, gorduras vegetais (óleo de soja, canola e milho) e industrializados.

– Pratique meditação ou Mindfulness, técnicas importantes para desacelerar o pensamento e observar o que está acontecendo internamente.

– Reserve um tempo, diariamente, para gerenciar o estresse. Se conseguir isso, será uma mudança muito importante.

 

Que tenhamos sabedoria para escolher nossas batalhas!

Digestão e saúde emocional

Digestão e saúde emocional

Pensamentos tóxicos são piores do que açúcar. Não adianta comer só pão sem glúten e alimentar raiva, mágoas e contrariedades o tempo todo. Quando sentimos raiva, liberamos adrenalina e cortisol, o coração aumenta o batimento, a respiração fica curta, o estômago dói.   Que contrariedade vivemos? O que não integramos? O que não aceitamos? Nem sempre se trata de alimentos externos.  O que não conseguimos digerir?

O estômago e suas cercanias são uma verdadeira encruzilhada, um ponto onde se cruzam muitas estradas, esôfago, estômago, duodeno, o canal do colédoco que traz a bile, o canal que traz do pâncreas o suco pancreático. Dependendo do alimento ou do sentimento, através do parassimpático, pode estimular a liberação de ácidos e, consequentemente, levar a esofagite, gastrite ou úlcera. Não adoecemos quando estamos em paz com o nosso interior.

Quando precisamos digerir algum acontecimento pesado ou certos alimentos, a digestão pode levar muito tempo. Por isso, é interessante que, nas próximas refeições, você comesse algo leve, para não ficar empanturrado e cheio de gases. O nosso corpo precisa de jejum, visto que qualquer alimento em excesso nos deixa doentes.

Vocês já notaram que não raciocinamos da mesma maneira após uma farta refeição. Quando estamos com o “ventre” sobrecarregado escapam muitas informações, seja durante o trabalho, palestras, cursos. Quando comemos muito, a circulação fica praticamente em torno da digestão e, com isso, a capacidade de raciocínio diminui, ficamos sonolentos, bocejando. Já experimentou fazer jejum?  Jejuar não é ter fome. É um ato voluntário para despertar a vigilância, conhecer-se.

Observe os problemas a nível do abdome e perceba que a doença não chegou ali por acaso. Existem causas externas (intoxicação, acidente), mas também as emocionais, conscientes e inconscientes.

Algumas situações nos causam mal no ventre e nos dão vontade de vomitar. Mostram que nosso corpo é ligado com o que passa no mundo. Observar o ventre é observar o mundo das nossas emoções. Às vezes, temos medo de rir e de chorar e podemos lembrar de momentos em que tivemos a sensação de receber um soco no estômago. Todos nós temos coisas difíceis a digerir e as coisas pesadas nem sempre dependem do que comemos, mas, sim, de certas palavras que escutamos, de certos olhares, de certos gestos, dos sapos que não engolimos. Existem pressões que nos sufocam, fazem o estômago queimar, deixam gosto amargo na boca, provocam ânsia e tiram o apetite. Há memórias muito fortes que se inscrevem nestas partes do corpo.

Quando vivenciar alguma chateação, preste atenção no que o corpo vai manifestar, como dor ou mal-estar. Para ter saúde, precisamos estar mais conscientes. Só assim faremos escolhas que promovem equilíbrio total.