Alimentos funcionais são aliados, mas exigem atenção no consumo
Os superalimentos ou alimentos funcionais sempre existiram, desde o início do cultivo agrícola. O que foi desconhecido ou ignorado por muito tempo eram os diversos benefícios que eles proporcionam à saúde. Com o culto a boa forma física e os cuidados com a alimentação em alta, novos superalimentos surgem a cada dia. Porém, é preciso estar atento à comprovação dos reais benefícios e dos potenciais riscos.
O termo é utilizado para identificar alimentos com nutrientes e vitaminas que favorecem a saúde. Na lista, está o abacate, aveia, feijão, lentilha, cacau, açaí, couve, linhaça, castanha do para, ovo e muitos outros.
Em meio às vantagens do consumo, deve-se também tomar cuidado com o equilíbrio. O açaí e as frutas vermelhas, por exemplo, são ótimas fontes de compostos bioativos, substâncias com funções antioxidantes. No entanto, como o organismo humano produz radicais livres o tempo todo, quando houver um desequilíbrio entre a produção e a captação dos radicais, os elétrons ingeridos a mais podem prejudicar as células, causando envelhecimento precoce e doenças crônicas. A grande problemática é que não há como identificar a quantia de antioxidantes recomendável para o consumo e que evite os possíveis riscos.
Os superalimentos ainda contribuem para o emagrecimento saudável. A aveia e a quinoa possuem fibras e proteínas que promovem a saciedade mais rápida, pois retardam o tempo de esvaziamento do estômago. A nutróloga, porém, alerta que não há um superalimento indicado apenas para a perda de peso. O gojy berri, por exemplo, que estava na moda, não tem efeito positivo no emagrecimento.
A melhor opção, afirma, continua sendo um prato colorido e variado, combinando os alimentos adequadamente. Se possível, exclua da dieta os tentadores hambúrgueres, batatas fritas e refrigerantes e faça do consumo de bons alimentos algo regular. Insira no cardápio frutas, iogurtes e pães e bolos com superalimentos na receita. Dê preferência aos alimentos nativos do Brasil, como o abacate, rico em gorduras monoinsaturadas e bom para o colesterol HDL.
Os sete melhores superalimentos
QUINOA – contém até 18% a mais de proteína do que qualquer outro grão, além de conter aminoácidos para construir músculos e tecidos do corpo. Ela também é fonte de cálcio, ferro e ácidos graxos ômega 3 e 6. Como qualquer cereal, é muito rica em fibras. A quinoa também possui quantidades importantes de vitaminas do complexo B. Se o consumo for excessivo pode gerar desconforto intestinal (gases).
BRÁSSICAS – As brássicas correspondem ao grupo de alimentos que inclui o brócolis, a couve-de-bruxelas, o couve-flor e o repolho. São ricos em vitamina C, fibras e compostos bioativos como flavonóides e glicosinolatos, capazes de reduzirem o risco de câncer, além de possuírem ação cardioprotetora. A sugestão é consumir de três a cinco porções por semana. Evite o cozimento excessivo para não perder os nutrientes e a vitamina C.
FRUTAS VERMELHAS – Framboesas, amoras vermelhas e pretas, morangos, cranberries e mirtillo (blueberry) compõem o grupo das pequenas frutas ricas em vitamina C e antocianinas, fibras e magnésio. Pelos efeitos antioxidantes, esses nutrientes podem auxiliar no controle da pressão arterial, do colesterol e do diabetes. Estudos mostram que essas frutas ajudam na memória e atuam como coadjuvantes no tratamento da depressão e infecção urinária. Não existe recomendação exata para seu consumo. Mas, as frutas vermelhas deveriam ser consumidas todos os dias como parte do hábito alimentar. Evite aquecê-las para não perder seus nutrientes.
ROMÃ – Ótima fonte de fibras, carotenoides e vitaminas C e E, a romã também tem taninos com propriedades antioxidantes e antinflamatórias. Estudos vêm mostrando os benefícios desses nutrientes na saúde cardiovascular, diminuição do risco de câncer de próstata e diabetes.
BETERRABA – A beterraba contém vários minerais, como o ferro, magnésio e potássio. Também é rica em nitratos, que ajudam na produção de óxido nítrico no sangue, responsável por produzir vasodilatação, levando, consequentemente, a um maior consumo de oxigênio e redução da pressão arterial. Para quem pratica exercício físico, recomenda-se um copo de suco de beterraba antes do treino.
CHÁ VERDE E CHÁ BRANCO – Ambos são ricos em compostos bioativos que auxiliam na redução do colesterol ruim e diminuição da ferritina. O chá verde é rico em polifenóis e catequinas, antioxidantes termogênicos capazes de acelerar o metabolismo. Recomenda-se o consumo de três xícaras de chá ao dia. Para quem tem anemia é importante lembrar que o chá verde pode prejudicar a absorção de micronutrientes importantes como o ferro, por isso, consuma-o longe das principais refeições, como o almoço e o jantar.
ALHO – Este alimento também tem efeitos poderosos no organismo. Fonte de alicina e a aliina, vitaminas C e B6 e minerais como manganês e selênio, contribui para a diminuição da pressão, do colesterol, evita os resfriados e funciona como anti-inflamatório para a osteoartrite.