Endometriose e estilo de vida (parte 2)

Endometriose e estilo de vida (parte 2)

A endometriose é uma doença caracterizada pela presença do endométrio, tecido que reveste o interior do útero, fora da cavidade uterina, ou seja, em outros órgãos da pelve, como trompas, ovários, intestino e bexiga. Todos os meses, o endométrio fica mais espesso para que um óvulo fecundado possa se implantar nele.

Quando não há gravidez, esse endométrio que aumentou descama e é expelido na menstruação. Em alguns casos, um pouco desse sangue migra no sentido oposto e cai nos ovários ou na cavidade abdominal, causando as lesões da endometriose.

Sabe-se que mudanças no estilo de vida, como alimentação de qualidade e a prática de exercício físico regular, reduzem os sintomas da endometriose. O tratamento de base é a mudança de estilo de vida. A modulação hormonal e a acupuntura podem auxiliar na melhora dos sintomas e na qualidade de vida de quem tem endometriose.

Dicas alimentares para quem tem endometriose:

– Inclua em seu plano alimentar os vegetais verdes (espinafre, alface, rúcula, agrião, acelga), os crucíferos (repolho, brócolis), sementes de linhaça, frutas secas, quinoa, arroz integral, lentilha, grão de bico, óleo de coco, azeite de oliva e muita água.

– Exclua os alimentos inflamatórios (industrializados, açúcar refinado, farinha branca, glúten e refrigerantes).

– Diminua o consumo de álcool e cafeína. Eles podem agravar o quadro de endometriose. Além disso, carnes vermelhas, frituras e alimentos ultraprocessados têm grande quantidade de gorduras do tipo ômega-6 (como o ácido araquidônico), causando inflamação.

– Consuma mais gorduras de boa qualidade, como as mono e poli-insaturadas (como o ômega-3, abacate, oleaginosas, azeite de oliva). Eles atuam modulando a inflamação.

– Evite o consumo de xenobióticos. Eles são compostos químicos presentes nos agrotóxicos, nas embalagens plásticas, nos corantes e nos conservantes consumimos indiretamente através dos alimentos. Essas toxinas ambientais, como o bisfenol e tantos outros, não são reconhecidas pelo nosso corpo. Quando consumidos em excesso, eles se acumulam no organismo e afetam o sistema endócrino (responsável pela produção hormonal) da mulher.

Endometriose e estilo de vida (parte 1)

Endometriose e estilo de vida (parte 1)

Quem tem endometriose sabe o quanto este quadro é incômodo e doloroso. O quadro clínico está associado às alterações hormonais do ciclo menstrual e ocorre quando o endométrio, tecido que reveste a parte interna do útero, cresce para fora do órgão. Isso causa um processo inflamatório que pode gerar dor pélvica, dor pré-menstrual, cólicas intensas, sangramento menstrual intenso ou irregular, fadiga crônica, dor durante as relações sexuais, dificuldade para urinar, distúrbios gastrointestinais, dificuldade para engravidar e infertilidade.

Dentre os fatores de risco para o desenvolvimento temos a predisposição genética e o estilo de vida, assim como a deficiência no sistema imunológico, tornando o corpo incapaz de reconhecer e destruir as células endometriais que crescem no lugar errado.

A endometriose apresenta um comportamento de doença autoimune. Desta forma, uma alimentação isenta de produtos inflamatórios, como carne vermelha, farinha refinada e açúcar, aliada à prática de exercícios físicos, pode promover uma série de benefícios às pacientes.

A manifestação da doença e a intensidade dos sintomas são variáveis. Algumas mulheres com a doença avançada podem ter os piores sintomas ou quase nenhum mal-estar. É muito individual.

Em relação aos alimentos, não podemos dizer que eles causam o problema, mas, sim, que existe uma relação entre a alimentação e a endometriose. A alimentação balanceada promove equilíbrio ao organismo e fortalece o sistema imunológico.

Candidíase – parte 2

Candidíase – parte 2

A candidíase é uma queixa comum. Ela surge a partir de um microbioma intestinal disbiótico, ou seja, quando a flora intestinal perde a sua integridade por uso de antibióticos, anticoncepcional, estresse, álcool, ou alimentação rica em carboidrato refinado (pães, massas, doces, etc). Estes fatores promovem proliferação de fungos como a “cândida” e diminuição de bactérias boas.

DICAS:

– Comece pelo mais simples, evitando alguns alimentos como: açúcar (mel, frutas secas, melado, cogumelos com exceção do shitake), fermentados, como cerveja, vinho, vinagre, pão, saquê, queijos mofados, alimentos de difícil digestão (laticínios, glúten). As proteínas mal digeridas são fermentadas por fungos e se a alimentação é rica em pães, massas e doces, vai aumentar a colônia de fungos “cândida”, gerando fermentação, desconforto abdominal, flatulências, coceiras, corrimento.

– Vamos usar a alimentação a nosso favor: pensando em fortalecer o sistema imunológico, beba chá de unha de gato com equinácea (preparar corretamente para ter o efeito terapêutico: para um litro de água, ferver e fazer infusão com uma colher de sopa de cada erva seca, abafar por cinco minutos e coar. Não pode reaquecer. Tomar durante o dia, sem adoçar).

– Alho é muito interessante para os fungos: macerar e usar em molho da salada.

– Semente de abóbora também tem ação direta para o fungo. Dica: triture no liquidificador, misture com orégano seco e sal, deixe na geladeira e use para temperar a comida.

– Linhaça atua como anti-inflamatório. O fungo causa inflamação, a fibra ajuda a varrer a toxina do fungo. Outra dica: coloque a semente da linhaça dourada em água, deixa por duas horas ou mais até virar uma gosma, coloque no suco ou tome em jejum.

– A vagina é um lugar escuro, quente e úmido por natureza, quanto mais abafada ela estiver, mais chance de ter candidíase e outras infecções fúngicas. Portanto, evite o uso de protetor diário, use calcinha de algodão, durma sem calcinha, cuide com biquíni molhado, use saias e vestidos, deixe a região mais arejada. Quanto menos úmida melhor. Troque de calcinha ao longo do dia. Algumas mulheres têm fluxo vaginal mais intenso deixando a calcinha molhada, piorando a candidíase. Evite ducha vaginal, quanto mais você limpa mais desequilibra o ph. O sabonete intimo é para ser usado na parte externa da vulva e evite o uso diário. Tomar banho após a relação sexual também ajuda a ter menos infecções.

– Tratar somente a sintoma não resolve, precisamos saber porque a candidíase surgiu. O tratamento deve ser sistêmico. Sempre pensando em equilibrar o intestino para evitar a candidíase recorrente.

Candidíase – parte 1

Candidíase – parte 1

O nosso intestino é habitado por milhares de micro-organismos. Entre eles, bactérias, parasitas e fungos. Eles formam nosso microbioma intestinal, uma comunidade de bichinhos importantes para a saúde intestinal e o sistema imunológico.

A candidíase é uma queixa comum, que também acomete os homens. Vem como consequência do consumo de antibióticos, de anticoncepcional, corticoides, estresse ou de uma dieta desequilibrada, rica em carboidratos refinados (pães, massas, bolos), que, com o tempo, desequilibra a microbiota intestinal. Morrem as bactérias do bem que compõe a flora intestinal e, em contrapartida, proliferam bactérias ruins “patógenas” e fungos como a “cândida”.

O habitat da cândida é o intestino, quando este perde sua integridade, abre brechas na parede das células, permitindo que o fungo entre na corrente sanguínea, viaje até a vagina, pênis, sistema genitourinário e digestivo. Todos nós temos fungos no corpo, mas em pequena quantidade. Precisamos mais de bactérias do que fungos. Os sintomas podem variar de uma mulher para outra, com coceira, vermelhidão na área genital, desconforto durante a relação, ardência ao urinar, dor em baixo ventre, corrimento, entre outros.

O tratamento da candidíase vaginal é mais exitoso com uma estratégia sistêmica, olhando o corpo inteiro, a alimentação, usando alguns fitoterápicos e probióticos. Para que o intestino se reequilibre e a cândida se aquiete é preciso paciência, pois pode demorar até três meses.

O que precisamos é corrigir a alimentação para que aumente a quantidade de bactérias boas, para reorganizar a saúde do intestino. Alimentação com muita cuca, bolacha, biscoito, bolo, pizza, macarrão, dieta com poucas fibras, estresse crônico, deficiência de vitamina D, são fatores que estimulam o crescimento de bactéria ruins e fungos. Como parte do tratamento, precisamos tirar tudo o que faz o fungo crescer: carboidrato refinado, açúcar, alimentos industrializados. Em alguns casos temos que tirar a frutose e a lactose, principalmente, frutas que têm uma fermentação maior. Frutose não é bem absorvida e pode fermentar. Em casos graves, a restrição deve ser maior, ou seja, tirar tudo que fermenta.

A saúde de uma pessoa é determinada pela qualidade do microbioma intestinal: 90% da nossa imunidade é determinada pelo intestino. Nele, ocorre síntese de vitaminas e produção de serotonina, envolvida na sensação de bem-estar.

O tratamento de base é a alimentação, consumir mais vegetais, legumes, frutas menos doces, fibras, água. Cuidar da saúde do intestino é essencial para evitar a candidíase e a repetição.

Dieta emocional

Dieta emocional

Diante de tantas dietas, líquida, baixa caloria, restritiva, da proteína, do suco, low carb, paleo, o que fazer? Qual será a dieta ideal, que gera melhor resultado? Este questionamento pairava nos meus pensamentos diariamente até entender o metabolismo, como funciona a saúde emocional e como o estresse impactam na saúde geral, inclusive, freando o metabolismo.

Talvez, o que vou dizer, possa gerar uma frustração ou alívio. A dieta ideal não existe porque tudo depende do metabolismo, da individualidade biológica e dos nossos mecanismos de sobrevivência. Precisamos entender porque o corpo chegou onde chegou, como a pessoa vê a vida, quais são suas prioridades, porque ainda não teve êxito, o ambiente em que vive, como vive, onde se alimenta, preferências alimentares, a rotina e por aí vai.

O ser humano é complexo e perfeito ao mesmo tempo. Por que o nosso organismo começa a queimar menos calorias, ou seja, engordar? Engordamos não só porque comemos, mas também por mecanismo de sobrevivência, a gordura serve de proteção. Provavelmente, está passando por alguma situação na vida, onde tenha que ser forte para sobreviver e, dessa forma, o corpo armazena gordura como fonte de energia. E, claro, aí entram inúmeros mecanismos e rotas metabólicas complexas para explicar o aumento de peso.

Pessoalmente, faz parte da minha missão levar informação com uma visão um pouco diferente sobre saúde. Está tudo interligado no nosso corpo, nenhuma parte funciona separada da outra. Quando estamos de férias, dificilmente temos algum desconforto, pois estamos com o corpo e a mente relaxada, ou seja, o corpo está em parassimpaticotonia, estado de relaxamento. No entanto, no dia a dia, quando somos submetidos a uma carga emocional grande, com um estresse descompensado, há um predomínio do sistema nervoso simpático, onde ficamos em estado de alerta, com mãos frias e úmidas, tensos, coração acelerado, respiração curta, mais liberação do cortisol, com alteração da utilização de insulina. Consequentemente, vem de brinde o ganho de peso.

Engordamos porque comemos errado, porque gastamos menos calorias do que ingerimos, por não saber lidar com os nossos sentimentos e por não gerir de forma equilibrada o estresse. O que te faz engordar? Em que situações você perde o controle da alimentação? O autoconhecimento é o primeiro passo para emagrecer!