A cada dia aumenta o interesse das pessoas pela alimentação vegetariana e vegana. Ideologia, religião, paladar, esses são apenas alguns dos motivos que têm levado muitas pessoas a tomar a decisão de não comer carne.
Mas, antes de optar por uma delas, é preciso entender que existem dois tipos de vegetarianos. Os que não comem nenhum alimento de origem animal, nem mesmo ovos ou leite, são conhecidos como veganos. Os outros, tecnicamente chamados de ovolactovegetarianos, só eliminam a carne do cardápio.
Para ambos os grupos, minha orientação inicial é que se tenha muito cuidado na transição de alimentação com carne pela opção sem carne. Cortando os alimentos sem a substituição adequada, pode-se desencadear deficiências nutricionais importantes, como a anemia e atrofia muscular. É também necessário estar atento, principalmente, em relação à falta de vitamina B12. Ela não existe no reino vegetal e não há como repô-la se não for por meio de suplementação.
Em contrapartida, vegetarianos têm menos probabilidade de desenvolver problemas cardiovasculares e alguns tipos de câncer. O excesso de carne vermelha pode aumentar os sintomas de TPM (Tensão Pré-Menstrual) e elevar os níveis de ácido úrico.
O ideal é o equilíbrio, uma dieta vegetariana pode ajudar a perder peso ou não. Isso porque, se a pessoa deixar de comer carne, mas só ingerir massas, ela irá engorda. Sugiro sempre a preparação de um novo cardápio, com a substituição adequada dos alimentos que não serão mais ingeridos. Transformar o vegetarianismo em uma opção saudável de vida vai depender das escolhas posteriores.
Para os que estão pensando em virar vegetarianos ou veganos, elenquei algumas dicas para iniciar a transição:
– Inicialmente, procure orientação de um profissional. É bom fazer um check-up dosando o nível de ferro, vitamina B12, cálcio, magnésio, para saber qual é a sua condição nutricional e metabólica e, assim, repor todos os nutrientes necessários para ter o organismo equilibrado;
– Evite começar pelos cortes no seu cardápio. Adote uma estratégia diferente: comece adicionando frutas, vegetais, legumes e grãos;
– Evite consumir alimentos industrializados sem qualidade nutricional, como embutidos, enlatados, linguiças e sucos de caixinhas;
– Cuidado para não cair na armadilha dos carboidratos e gorduras em excesso. Dependendo do preparo, a alimentação sem carne pode ser muito calórica e engordativa;
– Vá diminuindo aos poucos o consumo de produtos de origem animal. Essa transição pode levar semanas;
– Aprenda a cozinhar, nem que sejam legumes refogados ou grãos, como feijão, lentilha, ervilha e grão de bico. Assim, é mais fácil garantir alimentação de qualidade e com equilíbrio nutricional;
– É interessante frequentar cursos, conhecer pessoas, sites e profissionais que simpatizam com a alimentação vegetariana ou vegana. Com um pouco de motivação e criatividade você vai criar novas receitas e adaptar antigas;
– Ao retirar a proteína animal, lembrem-se das fontes de proteínas vegetais, principalmente, dos feijões, grão de bico, ervilha, lentilha, quinua, amaranto;
– Outro cuidado: não se encha de produtos de soja! É comum as pessoas que acabaram de se tornar vegetarianas/veganas substituírem os produtos de origem animal (leite, requeijão, manteiga, carne) por equivalentes de soja. O excesso de soja não faz bem, em suma, para pessoas com hipotireoidismo e aos homens.
– Os vegetarianos e veganos podem praticar atividade física normalmente e sem perder massa muscular, quando bem orientados.
Enfim, seja feliz com sua escolha alimentar!